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A ILHA DOS AMORES – I

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Ballet

Pausas em Movimento, Charlie Chaplin

Ballet de Mesa

YouTube – Charlie Chaplin- Table Ballet.

Sylvie Guillem, n.3 e 7 e Sylvie em Lisboa!

Sylvie Guillem, n°3 –  facetas

Sylvie a descansar depois dos espectáculos. A voz da professora a apoiar e a defendê-la ( e as discussões dos americanos no youtube sobre a nudez). A Ópera de Paris. Sylvie no campo entre as oliveiras, e eu tive aquele mesmo vestido que ela tem! É da Laura Ashley – lol. Infelizmente dei-o, ou coisa assim, quando emagreci muito e pensava ficar assim para sempre.

Mas o melhor do filme é ver Sylvie a cozer as fitas das sapatilhas ela própria, ao som de receitas de cozinha. lol lol.

Grande bailarina.

Sylvie Guillem, n°7 – o final deste filme

a coreógrafa, numa Giselle dela que ainda não vi, e depois é Sylvie e o mar. Lindo. Termina com o pas de deux do Lago dos Cisnes, Odette, – o cisne branco! Mensagem clara nesta sua escolha para terminar.

E já agora porque não ver Sylvie em Lisboa, numa maravilhosa, excepcional Odete?

Porquê? Porque ela é um cisne mulher. Porque se trata de uma mulher real. Sylvie não transforma a bondade (Odete) numa menina que não pode crescer.

Sylvie Guillem and Manuel Legris, Swan Lake, Lisbon, December 1987.

O caminho dos Contos de Fadas para a Sabedoria

Em vez de ingénuos e irreais, pelo contrário, contentores de segredos? Assim penso. Falo dos contos de fadas.

O mal foi que, incompreendidos, foram pervertidos, mal interpretados – enfim, são uma fonte de saber e riqueza a descobrir.

Grande parte da sabedoria que os contos de fadas podem semear no coração e entendimento de uma criança, está esquecida. Os contos de fadas existiam já numa era em que ainda não se compreendia a existência de um inconsciente, ou da crucialidade do amor para o crescimento emocional – e substituiam uma parte dessa incompreensão.

Surpreendeu-me, não ter encontrado tanto no Ballet como na Ópera, interpretações da Gata Borralheira um pouco mais próxima daquilo que o conto trata; os contos de fadas são muito reais – embora óbviamente, sejam formados de símbolos. Mas o que fazem deles, sim, é irreal, e estraga tudo.

Com tanta falta de compreensão dos contos de fadas, com repetido cinismo sobre os ”príncipes inexistentes”, e ”a mulher passiva que fica à espera” (e não devia ficar – como se a resistência à maldade e ao mau-trato não fosse já o grande trabalho e victória que dela se exige), com as versões comerciais Walt Disney, mais as desgraças televisivas que substituiem os contos, na nossa infância, não admira os desertos emocionais, confusões e tristezas em que vivemos, num século que prometia a libertação, aliviar o sofrimento psicológico. No fundo os Contos formavam um contexto para uma linguagem e cultura da emoção e do amor, dando estabilidade mínima nesse mundo escorregadio.

Não admira que os contos de Fadas fossem sobre o amor, príncipes e princesas, e que acabassem com o ”casaram-se e viveram muito felizes”. Porque eles eram uma linguagem do crescimento (ou sobrevivência, para alguns) psicológico e espiritual, e dos primeiros passos da conquista de si próprio, para a conquista do amor e do bem.

Este querer encontrar dificuldades que é bom vencer, é tão diferente do desejar encontrar tudo já pronto, imediato, exactamente como nós queremos; isto é, no seu estádio final. O mundo dos contos é pleno de transformações – constituindo praticamente um ensinamento interior, profundo. A recompensa do belo e da felicidade não se apresenta logo acessível, mas é a coroa de uma série de passos e processos, em que está sempre presente as coisas não serem aquilo que aparentam por fora, o engano da exterioridade das coisas, que revelam outras, por vezes opostas, se não se desiste face ao que ao egoísmo desagrada, passando assim a merecê-las. Na verdade que maior força do que essa tensão entre o desejo amoroso por simples egoísmo – querer algo intensamente para a satisfação directa de suas pulsões, (como se algo de nobre houvesse nisso!) ou a força do amor que vence esse egoísmo, querendo antes dar e construir em conjunto, descobrindo assim verdadeira satisfação e prazer que não se desfaz?

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(E no entanto, tenho que dizer tudo isto de uma outra maneira… isto é tudo…remendos, miseráveis, medidas de urgência aos pés do acidente, mais nada. E, mal feitas, reconheço. Trapos! Isto é como lufadas de respiração boca à boca. Tentativas por entre os escombros. Desageitos que faço enquanto caminho o abismo. Como se nada fosse. Como se nada fosse.

Mas não é só isto. São os meus defeitos terríveis com que me debato. Visto tão facilmente minha alma de novo… de Esperança…

Ah como me cansa este adiar, eterno adiar. De tudo.

A perfeição está sempre escondida, é interna às coisas, não é sua roupa.

Ah! Repara: nos filmes, quanto pior a qualidade, mais a mulher ao passar situações de desgraça, que exigiriam o contrário, fica igualmente composta e maquillada… impecável para o perpétuo consumo.

Mas nele, como eu. Também eu, se conquistasse a felicidade, perdia-me. Não sou forte ainda. É preciso saber permanecer nu na felicidade. É preciso o impossível. Não estou pronta para ela. Antes infeliz, clamando o desespero do que prisioneira em caverna enfeitada.

Quando tiver tempo, talvez seja necessário dividir este ”texto”. Assim, por enquanto – é da maneira que quase ninguém o lerá… 🙂 e assim deve ser. É um pouco como o poeta verde: escrevia as suas palavras de sangue – ao mesmo tempo, contraditóriamente desejava que ninguém o lesse, cair no esquecimento! que desaparecessem os vestígios que tanto se esforçava por deixar!

Adeus. Agora vou mesmo ”trabalhar”, bordar o meu rendado das dificuldades supremas. Não sei se volto. A fuligem é muita.)

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Em baixo, a Gata Borralheira no Ballet:

Ambas as cenas são do princípio do bailado, em que a Gata Borralheira imagina encontrar o seu par. Na segunda versão, de coreografia mais contemporânea, trata-se, julgo eu, de um ensaio no estúdio, e inclui as irmãs más, cómicas de ver.

No entanto, embora o ballet e a ópera (esta está por enquanto no Lira de Terpsichore) sejam belos de ver, não será que, na vida, onde tudo aparenta ser o oposto, as irmãs em vez de feias, são as mais bonitas por fora, e a Gata Borralheira está coberta de fuligem, e as suas mãos rasgadas seguram amarguras…?

Não admira que os príncipes andem todos confusos, e procurem e desposem tanta mulher bonita que a vida errada, e ânsia, transforma em feia, (vi ontem fotografias de muitas jovens portuguesas, seus rostos sulcados por dores aprisionadas e trabalho demasiado) – em vez de encontrarem ”borralheiras” amarguradas, – talvez – ou até ”mortas” que se transformam na própria beleza que é felicidade, Alegria.

Nada como alguém que conheceu a mais profunda infelicidade, o Poço, para conhecer o caminho para a felicidade, para o reconhecimento do essencial. Aliás, um dos significados destes contos! – por isso estas infelizes, as mal amadas, sempre, é que se destinavam à felicidade!

Que longo ”postal”! Talvez, como o caminho para esse Encontro!…

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Alina Cojocaru as Cinderella (2003), dancing with the Broom
04:10

“Cinderella” Staatsballett Berlin 1
04:27 Polina Semionova dances.
Malakhov’s “Cinderella”
Staatsballett(Berlin Staatsoper Ballet)

Sylvie Guillem, no Manon, com música de Massenet

Voltam as ”pausas em movimento à Ilha dos Amores”, com o maravilhoso ballet de Kenneth MacMillan: “Manon.”


Sylvie Guillem and Zoltan Solymosi dançam o pas de deux no quarto 05:16

Verdadeiramente apaixonante.


Sylvie Guillem and Jonathan Cope dancçam o pas de deux final do “Manon.” 04:40

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